• Idioma

Notícias > 09.01.18

Chamada Revista Vazantes | Vol 2 N. 1

A Revista Vazantes – Revista do Programa de Pós-Graduação em Artes da UFC, convida propostas de artigos, ensaios, ensaios visuais, escritas experimentais, entrevistas, resenhas, experimentações artísticas, intervenções e demais formatos de contribuição bibliográfica e não-bibliográfica para seu novo número (Vazantes Vol. 2. N. 1; Abril de 2018). Dossiê especial: Arte e Dizibilidade: quando toda palavra, tudo que […]

A Revista Vazantes – Revista do Programa de Pós-Graduação em Artes da UFC, convida propostas de artigos, ensaios, ensaios visuais, escritas experimentais, entrevistas, resenhas, experimentações artísticas, intervenções e demais formatos de contribuição bibliográfica e não-bibliográfica para seu novo número (Vazantes Vol. 2. N. 1; Abril de 2018).

Dossiê especial: Arte e Dizibilidade: quando toda palavra, tudo que é dito e não dito é abismo

Coeditora convidada: Galciani Neves.

PRAZO DE SUBMISSÃO: 01 de Março de 2018.

Sobre a Vazantes: http://periodicos.ufc.br/vazantes/about
Vol. 1 N. 1: http://periodicos.ufc.br/vazantes/issue/view/566
Vol. 1 N. 2: http://periodicos.ufc.br/vazantes/issue/view/567


rachar as coisas, rachar as palavras…” (G. Deleuze)

A escrita sempre foi um procedimento comum entre artistas. Diários, tratados, cartas, manifestos, textos teóricos, publicações, revistas e livros de artista. Desde Alberti e Leonardo, que escreveram as teorias talvez mais importantes do Renascimento, até a participação de Delacroix, Ingres, Manet e Cézanne nos debates críticos de seu tempo, com seus textos e obras; dos ensaios de Paul Klee às notas escritas por Duchamp, essenciais para relacionar-se com os pensamentos fundantes de seus trabalhos; de Yves Klein e suas reflexões acerca do imaterial na arte até os artistas minimalistas e conceituais que contrariaram a arte e a crítica formalistas com seus textos e entrevistas, identificamos uma profusa circulação de narrativas de processos de criação, de bases teórico-práticas de produções e pesquisas artísticas, escritos reflexivos sobre antecessores e contemporâneos por parte dos artistas, bem como suas inquietações acerca dos próprios trabalhos e do território artístico em geral.

Tais escrituras demonstram, entre muitos aspectos, questionamentos sobre o papel do artista; sua participação num contexto cultural e político; o que os artistas desejam constituir como obra ao público e como seus trabalhos se inserem no sistema da arte. Em muitos casos, contrários a intervenções consideradas alheias aos processos de produção artística, alguns artistas definiram-se “sem intermediários”. E durante as décadas de 1960 e 1970, num sentido mais pronunciado, textos escritos por artistas disseminaram muitas reflexões, ora discorrendo a partir de teorizações inerentes a seus próprios trabalhos, ora implementando esses textos/proposições como trabalhos e ainda apresentando críticas árduas ao sistema de legitimação da arte. A crescente presença da “escrita de artista” no campo alargado da arte vem obrigando novas adaptações por parte da crítica e reorganizando novas ontologias da obra. Por meio da palavra, o cultuado, mítico e aurático objeto artístico foi esfacelado, ao passo que um outro estatuto da arte como reflexão foi se desenvolvendo e se consolidando.

Com a expansão e fortalecimento da pesquisa de pós-graduação em artes, uma crescente atenção aos “modos de dizer” na arte adquire ainda mais força e relevância nas discussões em sala de aula, nos encontros de orientação, nos textos de dissertações e teses, mas também na própria produção escrita e reflexiva de artistas sobre suas próprias obras, bem como nos processos de criação visual que adquirem uma forma textual.

Na filosofia contemporânea, também a crítica da linguagem rompeu com o paradigma da representação e lançou mão de uma noção mais aguçada de materialidade linguística e da linguagem como ação, aproximando a escritura da realidade material e dos processos de criação de mundos. Como “ação” no mundo, a linguagem e o texto vêm-se deslocando da fixidez do significado dado a priori: a escrita tona-se significativa no próprio ato material e descontínuo de escrever-se. Em muitos casos, a questão passa a ser não mais “o que esta obra significa”, mas “o que esta obra faz” no mundo, que regimes de dizibilidade são ativados pela obra, que possibilidades sensíveis resta à escrita sobre a obra, mas também de que modo estas questões e preocupações mudam quando a própria obra visual é texto/textual. A partir dos complexos regimes de dizibilidade ativados pelas obras, portanto, o Dossiê Arte e Dizibilidade volta-se para a potência da escrita de devir obra, e para a potência da obra de devir escrita, diluindo dicotomias entre obra e texto, experiência sensível e escrita.
Convidamos assim artistas, pesquisadorxs, críticxs e escritorxs a submeterem artigos inéditos, ensaios, traduções, ensaios visuais, formatos de escrita experimental, entrevistas, resenhas, intervenções e experimentações artísticas, além de outros formatos (não citados nesta chamada) de contribuição bibliográfica e não-bibliográfica para o novo número da Revista Vazantes, de modo a explorar relações entre Arte e Dizibilidade.

O projeto editorial da Revista Vazantes, e esta edição em particular, propõe suas páginas como espaço para experimentação artística e para a divulgação do pensamento em artes através de ensaios e artigos inéditos. Acolhemos com especial interesse aquelxs pesquisadorxs que buscam expandir os limites do dizível, do pensável e do materializável.

 
Possíveis temas de interesse para este número incluem:

  • Cadernos e livros de artistas
  • Relações entre forma e força nas obras de arte
  • Dramaturgias e etnografias experimentais
  • Escrita performativa
  • Prática artística como pesquisa
  • Autobiografias (reais e fictícias) de artistas
  • Crítica e criação epistolar
  • Teorias do ato de fala como método de análise da obra
  • Fictocrítica
  • A palavra como matéria-prima, a palavra como visualidade, a palavra como experiência artística
  • Cortes epistemológicos na pesquisa e na crítica artística

A Revista Vazantes é uma publicação semestral vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Artes, do Instituto de Cultura e Artes, da Universidade Federal do Ceará.

Normas de submissão de propostas: http://periodicos.ufc.br/vazantes/about/submissions#onlineSubmissions
Propostas, dúvidas e conversas sobre este número, favor endereçar para: revistavazantes@gmail.com

PRAZO FINAL PARA SUBMISSÃO: 01 de Março de 2018.


Equipe Editorial:

Pablo Assumpção (Coordenador Editorial)
Galciani Neves (Editora Convidada, Vazantes V. 2 N. 1)
Deisimer Gorczevski (Editora)
Patrícia de Lima Caetano (Editora)