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Notícias > 18.08.21

III Colóquio de Pesquisa e Design: (de)futurando o design

Na terceira edição do Colóquio de Pesquisa e Design tomamos emprestado o termo defuturação, oferecido por Tony Fry (2020) para levar adiante nossa proposta de tensionamento do campo do design, iniciada na segunda edição quando colocamos em foco a de(s)colonização do design. Nesse ano, queremos fomentar o debate sobre os efeitos das formas de agir […]

Na terceira edição do Colóquio de Pesquisa e Design tomamos emprestado o termo defuturação, oferecido por Tony Fry (2020) para levar adiante nossa proposta de tensionamento do campo do design, iniciada na segunda edição quando colocamos em foco a de(s)colonização do design. Nesse ano, queremos fomentar o debate sobre os efeitos das formas de agir no e sobre o mundo, que são peculiares ao Design, no modo como nos situamos em relação a e combinada com os efeitos de outros arranjos de atores, espécies, saberes e mundos – aqueles que estiveram por muito tempo ausentes das pautas do Design. Atores bióticos e abióticos, culturas não ocidentais, e não humanos também fazem história e compõem a paisagem na qual o Design atua. Histórias (da evolução das espécies e tantas outras) e paisagens marcam pontos de encontro para os atos humanos e definem um arquivo de atividades humanas e não humanas do passado. O “Design é sempre futuro”, afirma Susan Yelavich (2014, p.12), ao argumentar que todos os atos de Design são, eles próprios, pequenos atos de criação do futuro. Concordamos com a autora, mas com ressalvas sobre para quais futuros apontam os modos de agir do Design hoje – se o processo de ” desenhar” ideias, fabricar modelos, esboçar planos ou prototipar soluções, tem sido pautado por moldar futuros viáveis. Como constata Tonkinwise (2014, p.198), a avaliação do ciclo de vida dos impactos ecológicos nos ensinou que os designers podem ser a fonte de destruição generalizada em nome da criação de melhores comunicações, produtos e ambientes. O que nos faz pensar também se o designer, pelo viés de suas práticas, tem oferecido de fato subsídios para instanciar outros modos de viver, além desse que se configura na crise diante da qual nos encontramos – a intrusão de Gaia (STANGERS, 2009) ou o “Antropoceno” (STIEGLER, 2018) – como um futuro inevitável.

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