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Seminário Internacional das Artes e seus Territórios Sensíveis6ª edição | 2024

VI SEMINÁRIO INTERNACIONAL DAS ARTES E SEUS TERRITÓRIOS SENSÍVEIS: MUSEU, MEMÓRIA E SOLIDARIEDADE SIATS em 2024 e o museu Em 2024, após vinte e dois anos de sua criação, o Seminário Internacional das Artes e seus Territórios Sensíveis-SIATS chega à sua sexta edição reunindo artistas, alunos, professores e pesquisadores na área de artes, nacionais e […]

VI SEMINÁRIO INTERNACIONAL DAS ARTES E SEUS TERRITÓRIOS SENSÍVEIS: MUSEU, MEMÓRIA E SOLIDARIEDADE

SIATS em 2024 e o museu

Em 2024, após vinte e dois anos de sua criação, o Seminário Internacional das Artes e seus Territórios Sensíveis-SIATS chega à sua sexta edição reunindo artistas, alunos, professores e pesquisadores na área de artes, nacionais e internacionais, sob o tema “Museu, Memória e Solidariedade”, entre os dias 25 e 30 de novembro em diversos equipamentos culturais de Fortaleza.
O evento bienal realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Artes-PPGARTES da Universidade Federal do Ceará-UFC conta com uma programação que inclui conferências, mesas abertas, mesas redondas, exposições, mostra de cinema e, nesta edição, comporá paralelamente a programação do 8º Fórum Nacional de Museus: “Democracia e Direito à Memória” que acontecerá em Fortaleza no mesmo período. O Seminário também faz parte das comemorações aos 70 anos da UFC.
Desde o princípio, o seminário busca “contribuir para o reconhecimento e desenvolvimento das artes como área de produção de conhecimento, promovendo debate sobre as diversas metodologias de pesquisa, temas e práticas que permeiam o campo das artes na atualidade, abordando o diálogo entre as artes, a presença das tecnologias, o hibridismo, as intervenções e interações no/com o espaço urbano e/ou natural e a dimensão ética e política das práticas artísticas”. Em 2024, o museu (dispositivo inobliterável – e violento – do projeto colonizador moderno!), a crítica a ele e, também, a consideração às suas reconfigurações na contemporaneidade serão o motor das reflexões propostas na programação do evento.
O VI Seminário Internacional das Artes e seus Territórios Sensíveis: “Museus, Memória e Solidariedade” é uma realização dos alunos e professores do PPGARTES-UFC, com apoio do Instituto de Cultura e Arte-ICA/UFC, da Pró-Reitoria de Cultura-PROCULT/UFC, da Pró-Reitoria Pesquisa e Pós-Graduação-PRPPG/UFC, da Biblioteca Pública Estadual do Ceará-BECE, do Porto Iracema da Artes, do Museu da Imagem e do Som-MIS, do Museu da Indústria.

Museu, memória e solidariedade

Com esta linha temática, do IV Seminário Internacional das Artes e seus Territórios Sensíveis, do Programa de Pós-Graduação em Artes do Instituto de Cultura e Arte da Universidade Federal do Ceará, o evento quer propor um pensamento sobre a memória e seus espaços no contexto da arte contemporânea. Quer pensar tanto em espaços de memória, especialmente em museus de arte, considerando suas práticas de arquivo (físicos e digitais), as forças e tensões institucionais que a constituem e que muitas vezes determinam sua marca política no contexto sócio-cultural ao qual pertencem; como pensar na memória enquanto dinâmica(s) espacial(ais), ou seja, enquanto instância na qual se debatem espaços de existências, de resistências ou, no dizer do artista visual e teórico afrocolombiano Albán-Achinte, de re-existências. Neste sentido, memória nunca é só passado, pois remexe intensivamente o presente, abre-se como uma força recursiva, de temporalidades diversas, que evidencia outros espaços, outros territórios sensíveis e que possibilitam outros territórios imagináveis. A memória, em sua abertura diversa, se dá então como crítica a uma memória oficialista, mais precisamente, é a recusa e contestação a um padrão eminentemente colonial, cujas derivações patriarcais e autoritárias no mundo atual são cada vez mais evidentes. Como pensar a memória, então, em nossas democracias neoliberais atuais?
Se os museus de arte muitas vezes são emblemas deste padrão colonial, pela sua força de permanência institucional, em seu pretenso valor artístico (e estético) universal, definindo o que nele cabe e o que nele deve ficar de fora, no seminário deste ano se quer evidenciar diversas práticas museológicas de desmantelamento desse padrão. Entre diversos outros exemplos, pode-se destacar o Museu da Solidariedade (MSSA), criado no Chile na década de 1970, especialmente pelo vínculo que este possibilita realizar entre memória e solidariedade. Este museu, que teve entre seus mentores e padrinhos o importante crítico de arte brasileiro Mário Pedrosa, iniciou suas atividades em 1972; porém, teve suas portas fechadas violentamente em 1973 por um golpe militar que afundou o país em uma ditadura que durou até o ano de 1988. Contudo, o projeto se reergueu a partir do exterior e, desde a década de 1990, mas sobretudo no século XXI, tem tido continuidade no atual Chile democrático.
Pensamos que o MSSA, por toda sua história, seus modos de se pensar enquanto museu, suas práticas artísticas ligadas diretamente à comunidade e por seu pensamento forjado nas artes, tem muito a contribuir com nosso seminário.
O MSSA, desse modo, carrega uma dupla significância contra o padrão colonial, tanto na instância da solidariedade como na da memória. O termo solidariedade é o operador conceitual de toda uma socialidade implicada na constituição e existência desse museu, até os dias de hoje, e não só pelo fato deste estar composto por obras doadas (o que o diferencia das práticas museológicas mundo afora), mas pelos seus projetos de escuta e intercâmbio com a comunidade, em um aberto e produtivo diálogo. A solidariedade, em seu caráter dialógico, ativa toda uma dinâmica de diferenças culturais que emergem do e no mundo social, de modo igualitário, em favor de pluri-comunidades. Neste ponto, o quesito da solidariedade se articula com o da memória da catástrofe ditatorial, que inevitavelmente marca a história desse museu e do país como um todo. É tensa a relação da democracia chilena (e de algumas democracias latino-americanas) com a sua memória recente, a ponto de obliterar sua conflitante marca traumática pós-ditatorial em favor de um consenso social que não é nada mais que um consenso neoliberal. Que ato colonial fica evidente neste processo ditatorial e pós-ditatorial? Que outras memórias recentes e arcaicas, apagadas por violentos processos supostamente civilizatórios, emergem aqui? Qual pode ser o impacto social e político da emergência, então, dessas pluri-comunidades via a solidariedade? Será um impacto contra-colonial? São perguntas como estas que poderão ser abordadas nesta linha temática do Seminário.

O que seria um princípio ético na relação das artes com a memória e o museu? O que está no cerne dos enrijecimentos das políticas e práticas institucionais de/em lugares como os museus, os acervos públicos e privados, as organizações culturais, e os espaços acadêmicos? Como nos aproximamos da des/memória como uma política? É possível complexificar a dualidade entre discursos e práticas entre o desmonte e a destruição? Como se afastar dos destroços em um gesto criativo? Quando a des/memória torna vivo aquilo que pede espaço? Se, no espaço público-político das artes, vivemos sob um regime da exaustão, como a irreverência e a criação como combate podem dar conta de transformar a paisagem? Como gestar e gestionar uma recusa frente à imanente submissão aos modelos coloniais de gestão institucional? Quais tensões são possíveis antes do ponto de quebra absoluta? Quais articulações são possíveis enquanto prática coletiva quando deixamos de entender a instituição como entidade abstrata? Como habitar um lugar sadio na relação com as instituições?

PROGRAMAÇÃO DO EVENTO

25.11.2024 (segunda)

18:00h
Exposição (Vernissage): VII Mini-Micro-Pocket-Mostra-de-Arte: Era uma vez um museu
Instalação: Pergunte aos mortos e eles responderão
Circuito Sensibilidades Compartilhadas: “Sala 109, a sala museu”
Condução: Antonio Wellington de Oliveira Junior (PPGARTES-UFC) e artistas e pesquisadores do Laboratório de Investigação em Corpo, Comunicação e Arte (LICCA-UFC)
Local: Instituto de Cultura e Arte (UFC-Campus do Pici)

26.11.2024 (terça)

13:00h
Credenciamento

14:00h
Abertura Institucional
Convidades:
Custódio Almeida (Reitor da UFC)
Representante da Procult UFC
Representante do Instituto de Cultura e Arte (ICA-UFC)
Pablo Assumpção (Coordenador do PPGARTES-UFC)
Representantes discentes do PPGARTES
Representante da Escola Porto Iracema das Artes

Mediação:
Deisimer Gorczevski (Comissão Organizadora SIATS)

Local:
Auditório da Escola Porto Iracema das Artes

15:00h
Homenagem póstuma ao professor Kaciano Gadelha (Sociólogo, pesquisador e curador em arte contemporânea)

Lançamento de Livros

• Mapa de um Mundo Ausente: Ensaios Críticos em Artes. Jo A-mi; Kaciano Gadelha (Orgs.). Fortaleza: Editora UFC/Imprensa Universitária, 2023

• Escrita Cobogó: invenção de si, cidades e univerCidades. Deisimer Gorczevski; João Miguel Araújo Lima; Bruna Luyza Forte Lima Oliveira e Aline Mourão Albuquerque (Orgs.). Santa Maria: Editora PPGART/UFSM, 2024

• Tramas. Jo A-mi, Elialdo Rodrigues de Oliveira; Ednaldo Coelho; Gardênia, Maria Barbosa Cavalcante e Letycia Alves Macedo. (Orgs.). Natal: Caule de Papiro, 2024

• Entre Artes: percursos poéticos com Fortaleza. Caroline Veras; Deisimer Gorczevski; Lucas Araújo; Mel Andrade (Orgs.). Fortaleza: Editora Reticências, 2023

Local:
Auditório da Escola Porto Iracema das Artes

16:00h
Conferência:
Museu e Solidariedade

Convidades:
Claudia Zaldívar (Diretora do Museo de la Solidaridad Salvador Allende)
Ana Cecília Soares (Doutora pelo PPGARTES-UFMG, mestre em Artes pelo PPGARTES-UFC e editora da Revista Reticências)

Mediação:
Héctor Briones (PPGARTES-UFC)

Local:
Auditório da Escola Porto Iracema das Artes

27.11.2024 (quarta)

09:00h
Credenciamento

10:00h
Mesa Redonda:
Diferentes modos de fazer/saber na transição entre o sensível e a memória

Convidades:
Ecomuseu Urbano (Claudia Zanatta e Vado Vergara – PPGAV-UFRGS)
Museu Indígena Kanindé de Aratuba – Antônia da Silva Santos (CE)
Espaço de Memória Viva + Farol do Mucuripe (Katia Lima – Comissão Titan/Associação de Moradores do Titanzinho – CE)

Mediação:
Deisimer Gorczevski (PPGARTES-UFC e LAMUR/UFC)
Sy Gomes (PPGARTES-UFC)

Local:
Auditório da Escola Porto Iracema das Artes

14:00h
Oficina:
Corpo e Museu: Arte-educação em Crise e Criação de Sensibilidades
Com Laris Moraes (PPGARTES-UFC)

Local:
Auditório da BECE

16:00h
Banida Plataforma
Com Bárbara Banida (Banida Plataforma)

Local:
Auditório da BECE

28.11.2024 (quinta)

14:00h
Mesa Aberta:
Memórias coletivas em um mundo em ruínas: cidade, ecologia, biodiversidade e crise climática

Ativações:
Ecomuseu Urbano (Claudia Zanatta e Vado Vergara – PPGAV-UFRGS)
Museu Indígena Kanindé de Aratuba (Antônia da Silva Santos)
Acervo dos Santos (Éden dos Santos Barbosa)
Espaço de Memória Viva / Farol do Mucuripe (Jamile Souza – Comissão Titan/Associação de Moradores do Titanzinho)

Mediação:
Deisimer Gorczevski (PPGARTES-UFC e LAMUR/UFC)
Sy Gomes (PPGARTES-UFC)

Local:
Auditório da BECE

16:00h
Mesa aberta:
O Banquete

Presenças:
Eric Barbosa (Abrigo Plataforma)
Antonio Wellington de Oliveira Junior (PPGARTES-UFC)
Sy Gomes (PPGARTES-UFC)

Mediação:
Lu Basile (PPGARTES-UFC)
lucas lins (PPGARTES-UFC e LAMUR/UFC)

Local:
Auditório da BECE

18:00h
Instalação sonoro-performativa:
Movediça

Participantes:
Teatro Máquina
Ana Luiza Rios (egressa PPGARTES-UFC/doutoranda PPGLETRAS-UFC)
Aline Silva
Ayrton Pessoa Bob (egresso PPGARTES-UFC)
Fabiano Veríssimo
Felipe de Paula
Fran Teixeira (professora PPGARTES-UFC)
Levy Mota (egresso PPGARTES-UFC/Porto Iracema das Artes)
Loreta Dialla (egressa PPGARTES-UFC)
Noá Bonoba (egressa PPGARTES-UFC/doutoranda PPGCOM-UFC)

Local:
Sala Wilemara Barros – Escola Porto Iracema das Artes

29.11.2024 (sexta)

09:00h
Credenciamento

10:00h
Mesa Redonda:
(Im)posturas éticas frente à violência institucional

Convidades:
Yanaêh Vasconcelos (UFC-Sobral)
Jandir Jr. (PPGCA-UFF)
Lucas Dilacerda (PPGARTES-UFC e Pinacoteca do Ceará)

Mediação:
Lu Basile (PPGARTES-UFC)
lucas lins (PPGARTES-UFC e LAMUR/UFC)

Local:
Auditório da Escola Porto Iracema das Artes

14:00h
Mesa Redonda:
História, Museu e Patrimônio Cultural: diálogos e perspectivas

Convidades:
Grupo de Estudos e Pesquisa em Patrimônio e Memória (GEPPM);
Cristina Rodrigues Holanda (PPGH/UFC-Museu do Ceará);
Luiza Helena Amorim Coelho Cavalcante (GEPPM);
Naudiney de Castro Gonçalves (Universidade Lusófona – Curso de História/UVA);
Suzenalson da Silva Santos (PPGH/UFC-Museu Indígena Kanindé);
Yazid Jorge Guimarães Costa (remoto) (Universidade Lusófona PT)

Mediação:
Antonio Gilberto Ramos Nogueira (NUDOC/GEPPM/PPGHIST-UFC)

Local:
Auditório do Museu da Indústria

19:00h
Estratégias Desmonumento ex-Mausoléu

Participantes:
Coletivo Aparecidos Políticos
Alexandre de Albuquerque Mourão
Marquinhos Abu
Stella Maris Pacheco
Aspásia Mariana Santos Melo
Xico Aragão e Miguel Rodrigues)

Mediação:
Héctor Briones (PPGARTES-UFC)

Local:
Museu da Imagem e do Som-MIS – Parte externa

30.11.2024 (sábado)

10:00h
Mesa Redonda:
As artes e a memória: modos de existir/resistir

Convidades:
Claudia Zaldívar (Diretora do Museo de la Solidaridad Salvador Allende)
Claudia Zanatta (Artista, professora e pesquisadora no PPGAV-UFRGS)
Jandir Jr. (PPGCA-UFF)

Mediação:
a confirmar

Local:
Auditório do Museu da Indústria

14:00h
Plantio Participativo:
Ecomuseu Urbano: Vasos Comunicantes

Ativação:
Claudia Zanatta (PPGAV-UFRGS)
Vado Vergara (PPGAV-UFRGS)
Pedro Fernandes (Associação de Moradores do Titanzinho)
José Araújo (Comissão Titan)
Jamile Souza (Comissão Titan)
Deisimer Gorczevski (Laboratório Artes e Micropolíticas Urbanas-LAMUR / CNPq/ UFC)
Larissa Batalha (Laboratório Artes e Micropolíticas Urbanas-LAMUR / CNPq/ UFC)

Local:
Farol do Mucuripe, Titanzinho/Serviluz

16:00h
Circuito/Sensibilidades Compartilhadas:
Espaços de Memórias Vivas + Farol do Mucuripe

Realização:
Associação de Moradores do Titanzinho
Comissão Titan
Laboratório Artes e Micropolíticas Urbanas (LAMUR CNPq/UFC)
Instituto Três Mares
Quintau Coletivo
Ser Ponte

Local:
Farol do Mucuripe, Titanzinho/Serviluz

18:00h
Mostra:
XI Mostra AudioVisual do Titanzinho

Realização:
Coletivo AudioVisual do Titanzinho,
Associação de Moradores do Titanzinho
Comissão Titan
Laboratório Artes e Micropolíticas Urbanas (LAMUR/CNPq/UFC)

Local:
Farol do Mucuripe, Titanzinho/Serviluz